Bia,
Vou te contar uma história!!!
Nesta terça-feira de manhã, preparava-me para a caminhada matinal. Depois do ritual completo de preparação, busquei um beijinho de despedida e tchauuu... Um recado: na volta devo trazer 04 pães. Segui sozinho rua acima.
Para passar o tempo contava os passos, até me distraí com as pessoas, as mesmas pessoas de todos os dias. Bom dia.
Bom dia, cadê a Bia, pensava uma pessoa, mas não dizia. Não quer caminhar conosco? - pensava a outra- mas não dizia. E eu continuei caminhando só, sem a Bia.
Foi mais forte o sentimento de solidão quando minhas mãos se esfriaram e eu não tinha outra mão para me segurar. Aquela de todos os dias. As mãos da Bia. Desprotegido.
E aí pensei numa história do cotidiano. Não tinha prá quem contar: Solitário.
De repente o silencio. Continuei caminhando. Só os meus passos podiam ser ouvidos. Pelo menos assim eu consegui ver os cadarços do meu tênis desamarrado. Parei.
Uma pedra foi o meu suporte.
E aí eu pensei numa história, não do cotidiano, mas numa história verdadeira que se escreve cada linha em cada segundo da minha vida.
Se eu posso caminhar, eu percebo esta história. Se eu posso trabalhar, eu escrevo esta história. Se ainda posso medir os índices de vida do meu sangue, eu sinto esta história.
Se eu me sinto vivo, eu vivo esta história. E para continuar acreditando na vida, eu preciso desta história.
E eu continuei a caminhada. E no caminho alguém perguntou: e o seu livro??? E eu respondi: eu vou te contar uma história:
- Era uma vez uma mulher chamada Beatriz, que se tornou a Bia da minha vida e que hoje faz mais um aniversário e quero que ela viva para sempre como parte da minha grande história.
Parabéns, querida. Eu acho que amo muito você...
Paulo
26/03/2008 – 00h15min
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