... E O HOMEM CRIOU DEUS!

Um dia a paz reinava no mundo e tudo era belo e silencioso.



Deus criou o homem e ficou feliz.

Ele com a sua sabedoria, encantou as florestas com os pássaros para entoar nossos ouvidos com suas melodias; vislumbrou as montanhas com rios e cachoeiras para encantar nossos olhos; acendeu o sol com a sua luz de energia para regenerar a vida; soprou a brisa para acalentar a luz do sol. E a natureza respondeu produzindo alimentos.




E o homem criou Deus.

Um Deus que avança na ambição, que recolhe dinheiro em sacolas, que desmata, queima, aprisiona.

Um Deus que grita, estanca, polui, que mata.



Onde está o verdadeiro Deus?

O Deus que me deixa pegar frutas no cerrado, observar os pássaros da florestas, os animais nos pampas.
Comer jatobá, macaúba, mangaba, barú, ananais, pequi, araticum e gabiroba.

Saborear amoras colhidas na ribanceira, os veludos e azedinhas nos grotões da mantiqueira.



Eu quero o meu Deus de volta. Ele sim é capaz de transformar a sua propria criação para inverter o invertido, e fazer para mim um mundo mais divertido. Com pessoas que sorri, que conta história, que pula e se emociona.



Eu quero de volta o meu Deus...


Paulo Freitas/2010





terça-feira, 24 de agosto de 2010

CONCEPÇÃO

Vinte e nove de setembro. Era domingo, eu me lembro. Nuvens negras pelo céu. Os olhos ardiam pelo sono perdido Meu coração batia a ansiedade O tempo se demorava O relógio dormia o meu sono Já se passava trinta minutos Ninguém me dizia nada Três e meia, quatro horas Ainda não era tempo A dilatação não servia Dilata, dilata. Batia meu coração Subi correndo as escadas Postei em frente da porta Mas ela não se abria Abre, abre , batia meu coração O tempo passou ligeiro Corre moço, o uniforme Pode me acompanhar? Troque a roupa, vem pra cá Tá na mesa, na cadeira Sei lá Move o tempo, move tudo As pessoas se movimentam Movem também os músculos Se dilatam: contração O rosto dela ardia Eu sentia, eu sentia Travava os dentes de dor Vendo-me deu um sorriso Um sorriso de lágrimas Move os músculos, se contrai De repente a emoção Uma vida se levanta, Uma lágrima vai ao chão Ele é lindo e saudável É o nosso filho, o nosso varão
Paulo Carvalho de Freitas - 1986

Nenhum comentário:

Postar um comentário