Paulo Carvalho de Freitas - 1986
... E O HOMEM CRIOU DEUS!
Um dia a paz reinava no mundo e tudo era belo e silencioso.
Deus criou o homem e ficou feliz.
Ele com a sua sabedoria, encantou as florestas com os pássaros para entoar nossos ouvidos com suas melodias; vislumbrou as montanhas com rios e cachoeiras para encantar nossos olhos; acendeu o sol com a sua luz de energia para regenerar a vida; soprou a brisa para acalentar a luz do sol. E a natureza respondeu produzindo alimentos.
E o homem criou Deus.
Um Deus que avança na ambição, que recolhe dinheiro em sacolas, que desmata, queima, aprisiona.
Um Deus que grita, estanca, polui, que mata.
Onde está o verdadeiro Deus?
O Deus que me deixa pegar frutas no cerrado, observar os pássaros da florestas, os animais nos pampas. Comer jatobá, macaúba, mangaba, barú, ananais, pequi, araticum e gabiroba.
Saborear amoras colhidas na ribanceira, os veludos e azedinhas nos grotões da mantiqueira.
Eu quero o meu Deus de volta. Ele sim é capaz de transformar a sua propria criação para inverter o invertido, e fazer para mim um mundo mais divertido. Com pessoas que sorri, que conta história, que pula e se emociona.
Eu quero de volta o meu Deus...
Deus criou o homem e ficou feliz.
Ele com a sua sabedoria, encantou as florestas com os pássaros para entoar nossos ouvidos com suas melodias; vislumbrou as montanhas com rios e cachoeiras para encantar nossos olhos; acendeu o sol com a sua luz de energia para regenerar a vida; soprou a brisa para acalentar a luz do sol. E a natureza respondeu produzindo alimentos.
E o homem criou Deus.
Um Deus que avança na ambição, que recolhe dinheiro em sacolas, que desmata, queima, aprisiona.
Um Deus que grita, estanca, polui, que mata.
Onde está o verdadeiro Deus?
O Deus que me deixa pegar frutas no cerrado, observar os pássaros da florestas, os animais nos pampas. Comer jatobá, macaúba, mangaba, barú, ananais, pequi, araticum e gabiroba.
Saborear amoras colhidas na ribanceira, os veludos e azedinhas nos grotões da mantiqueira.
Eu quero o meu Deus de volta. Ele sim é capaz de transformar a sua propria criação para inverter o invertido, e fazer para mim um mundo mais divertido. Com pessoas que sorri, que conta história, que pula e se emociona.
Eu quero de volta o meu Deus...
Paulo Freitas/2010
terça-feira, 24 de agosto de 2010
CONCEPÇÃO
Vinte e nove de setembro.
Era domingo, eu me lembro.
Nuvens negras pelo céu.
Os olhos ardiam pelo sono perdido
Meu coração batia a ansiedade
O tempo se demorava
O relógio dormia o meu sono
Já se passava trinta minutos
Ninguém me dizia nada
Três e meia, quatro horas
Ainda não era tempo
A dilatação não servia
Dilata, dilata. Batia meu coração
Subi correndo as escadas
Postei em frente da porta
Mas ela não se abria
Abre, abre , batia meu coração
O tempo passou ligeiro
Corre moço, o uniforme
Pode me acompanhar?
Troque a roupa, vem pra cá
Tá na mesa, na cadeira
Sei lá
Move o tempo, move tudo
As pessoas se movimentam
Movem também os músculos
Se dilatam: contração
O rosto dela ardia
Eu sentia, eu sentia
Travava os dentes de dor
Vendo-me deu um sorriso
Um sorriso de lágrimas
Move os músculos, se contrai
De repente a emoção
Uma vida se levanta,
Uma lágrima vai ao chão
Ele é lindo e saudável
É o nosso filho, o nosso varão
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