... E O HOMEM CRIOU DEUS!

Um dia a paz reinava no mundo e tudo era belo e silencioso.



Deus criou o homem e ficou feliz.

Ele com a sua sabedoria, encantou as florestas com os pássaros para entoar nossos ouvidos com suas melodias; vislumbrou as montanhas com rios e cachoeiras para encantar nossos olhos; acendeu o sol com a sua luz de energia para regenerar a vida; soprou a brisa para acalentar a luz do sol. E a natureza respondeu produzindo alimentos.




E o homem criou Deus.

Um Deus que avança na ambição, que recolhe dinheiro em sacolas, que desmata, queima, aprisiona.

Um Deus que grita, estanca, polui, que mata.



Onde está o verdadeiro Deus?

O Deus que me deixa pegar frutas no cerrado, observar os pássaros da florestas, os animais nos pampas.
Comer jatobá, macaúba, mangaba, barú, ananais, pequi, araticum e gabiroba.

Saborear amoras colhidas na ribanceira, os veludos e azedinhas nos grotões da mantiqueira.



Eu quero o meu Deus de volta. Ele sim é capaz de transformar a sua propria criação para inverter o invertido, e fazer para mim um mundo mais divertido. Com pessoas que sorri, que conta história, que pula e se emociona.



Eu quero de volta o meu Deus...


Paulo Freitas/2010





terça-feira, 24 de maio de 2011

ANA LUCIA IN MEMORIAN

Seu caminhar era firme, fiel de todos os dias.
As amizades correspondiam.
Era  como se fizesse parte da paisagem.
Que gostoso receber um bom dia todos os dias.
De alegria, de incentivo, de sorriso.

Assim como o seu caminhar
Sua amizade era sincera, fiel, verdadeira, positiva.
De seu ponto de equilíbrio e liderança
Surgiu um ponto de encontro
De amigos, de conversas, de apoio.

Assim como nós, o sol não se punha
Antes de lhe  dizer boa noite
E as luzes artificiais balizavam os seus momentos
No seu coração sempre havia uma palavra
De conforto, de direção, de informação.

Hoje a espera se cansou de esperar
E a luz do sol se apagou sem poder dizer adeus
Não havia a reunião nem a canção do boa noite
Só havia a noite:  sozinha, quietinha,
De luto negro, sem cor, sem alegria

Perdemos uma amiga pra Deus
Este Deus que avança sem permissão
Arrebatando os bons de coração, foi embora
Com muitos projetos vida afora,
E agora, que Deus levou antes da hora?

Na lembrança ficou o seu sorriso
Na memória os seus conselhos
Na vida o seu exemplo
No firmamento a sua paz.

Paulo Freitas
Maio/2011

quarta-feira, 4 de maio de 2011

DISSE O LULA

Disse o Lula, A crise é nula,
 Você acumula, é a  solução
Todo o Brasil Contribuiu
e consumiu a  produção.
Cartão de Credito, de débito,
Foi tudo inédito pra população

O presidente, ficou contente,
pelo presente que recebeu
Mas o salário, do proletário,
que é precário já padeceu
Cadê dinheiro, do celeiro,
foi o primeiro que o gato comeu.

A inadimplência, com freqüência,
sem clemência, bateu em casa
O que foi emprestado, pro aposentado,
saiu queimado no ferro em brasa.
Não teve fome, mas o nome,
de quem consome foi pro Serasa.

Foi triste, mas Deus existe,
e sempre assiste a quem merece
Um grande corte,  que deu suporte,
e atingiu o norte em uma prece:
- Meu grande pai, ouça meu ai,
por favor ajudai este que padece.

Ninguém comenta, mas a presidenta
Diz que sustenta o que prometeu.
Vai diminuir a fila, do Bolsa Familia
Dando mais pila a quem mereceu
E sem trabalhar, você pode sacar
E  dinheiro ganhar, com a ajuda de Deus.

Paulo Freitas
Abril/2011

O RESTAURANTE DO MESTRE

O Mestre determinou: convite era para montar um grande restaurante onde pudessem servir clientes especiais.
Muitas pessoas  foram visitadas e convidadas a se tornarem sócias do empreendimento, mas  apenas dez famílias aceitaram o  convite, pois era preciso ter um currículo aceitável para esta tarefa. 
Uma reunião foi marcada para discutir as regras e a assinatura do contrato.
Sorrateiramente , de dois em dois, foram chegando à sala de reunião. Ressabiados foram sentando-se em silencio. Vindos de diversos lugares e cidades, estranhos na convivência, mas conhecidos por causa da caminhada. O Mestre coordenava tudo e todos buscavam o mesmo objetivo.
De repente alguém fez uma piada e o gelo foi quebrado. Aquela sala toda branca  começou a tomar cores de sorrisos, alguns meio amarelados no inicio ou um pouco contidos, mas todos com vozes e gestos que indicavam a disposição de acalorar um pouco mais aquele ambiente.
O Mestre chamou: vamos convocar o espírito de união e com  fé buscar entender qual será a missão dessa organização. De mãos dadas aquele grupo se sentiu mais unido e as energias circularam entre as mãos e foram ao coração e de lá se espalharam através dos olhares, dos gestos e das palavras e contaminaram a todos.
Os clientes já aguardavam e os sócios precisavam iniciar o serviço. Os ingredientes estavam dispostos e as ferramentas disponíveis.
Os movimentos na área de trabalho começaram tímidos e foram ritmando à medida que o Mestre determinava cada missão.
O calor do ambiente não era o maior que o calor humano que emanava de cada um. Cada qual com sua habilidade manuseavam ferramentas para preparar, organizar, separar, arrumar, mexer, decorar. Outros com mais paciência se colocava à disposição para ensinar.
Em cada atividade executada, histórias de vida eram contadas e o envolvimento entre as pessoas crescia a cada momento. A cada pergunta e a cada resposta os perfis foram montados e muitas vezes admirados pela coragem, pela perseverança, pela fé, pela alegria de viver.
No plano de ação, o Mestre pedia que os meios de produção fossem simples e os ingredientes usados fossem de boa qualidade. Que a simplicidade se exteriorizasse também nas pessoas e nas ações. Assim tudo foi feito a vinte mãos, humildemente e caprichosamente dentro das expectativas e a qualidade foi tão especial que os clientes esbanjaram satisfação.
E os vinte sócios, agora todos amigos, resolveram, através da musica, exteriorizar suas alegrias. Assim, ensaiaram exaustivamente musicas de exaltação e se dispuseram, desafinados ou não, se exporem perante todos os clientes  e apresentarem suas aptidões.
E foi lindo, não pelas vozes ou pela afinação, mas pela homenagem e pelo retorno  que ela causou.
O Mestre disse:  muito obrigado. E todos se curvaram  em reverencia. Em cada rosto de cada cliente o olhar de  surpresa, e em cada sócio trabalhador a satisfação do dever cumprido.  
O Grande restaurante foi desmontado, mas os sócios, agora amigos, seguiram se encontrando  para sempre. E o Mestre foi o elo desse encontro.

Paulo Freitas
Maio/2011