... E O HOMEM CRIOU DEUS!

Um dia a paz reinava no mundo e tudo era belo e silencioso.



Deus criou o homem e ficou feliz.

Ele com a sua sabedoria, encantou as florestas com os pássaros para entoar nossos ouvidos com suas melodias; vislumbrou as montanhas com rios e cachoeiras para encantar nossos olhos; acendeu o sol com a sua luz de energia para regenerar a vida; soprou a brisa para acalentar a luz do sol. E a natureza respondeu produzindo alimentos.




E o homem criou Deus.

Um Deus que avança na ambição, que recolhe dinheiro em sacolas, que desmata, queima, aprisiona.

Um Deus que grita, estanca, polui, que mata.



Onde está o verdadeiro Deus?

O Deus que me deixa pegar frutas no cerrado, observar os pássaros da florestas, os animais nos pampas.
Comer jatobá, macaúba, mangaba, barú, ananais, pequi, araticum e gabiroba.

Saborear amoras colhidas na ribanceira, os veludos e azedinhas nos grotões da mantiqueira.



Eu quero o meu Deus de volta. Ele sim é capaz de transformar a sua propria criação para inverter o invertido, e fazer para mim um mundo mais divertido. Com pessoas que sorri, que conta história, que pula e se emociona.



Eu quero de volta o meu Deus...


Paulo Freitas/2010





sábado, 18 de setembro de 2010

PASSAMENTO

Estremece onde ela passa,
o medo interrompe o riso.
Apaga-se a visão do paraíso,
Estrada esburacada sem horizonte.
Imagino somente dor por trás dos montes.
 A cobra prepara o bote a chacoalhar o guizo

Uma nevoa de esperança,
Que o vento esmaga.
 O fio de luz quase se apaga .
Nos arredores preces e orações .
As energias de Deus, sagradas emoções.
 Com a inimiga da vida, principia a saga

Reflexos de cores,
Luzes cirúrgicas se faz presente,
Brancos aventais me cobrem a mente.
 Liquido venoso me leva ao sono .
Transformo num corpo em abandono.
 Bisturis em riste, cortes contundentes

Esvai-se a alma fica o silêncio,
Momentos rápidos de decisões.
 Dilema de duas contradições .
Arriscar tudo é o sensato.
 Ferramentas tilintam no aparato.
Morte súbita numa posição.

Dilacera corpo inerte,
 Dentro de minha alma arranha.
oentes órgãos das minhas entranhas,
Ágeis mãos de homens benditos.
Energias divinas que acredito .
Formam trincheiras na batalha ganha.

Passei da vida por um minuto.
Senti a morte por um momento .
Dois dias de passamento .
Lembranças brancas, sem cores .
A Deus devendo favores .
Aprendi a amar com mais intento.

Set/2010

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