... E O HOMEM CRIOU DEUS!

Um dia a paz reinava no mundo e tudo era belo e silencioso.



Deus criou o homem e ficou feliz.

Ele com a sua sabedoria, encantou as florestas com os pássaros para entoar nossos ouvidos com suas melodias; vislumbrou as montanhas com rios e cachoeiras para encantar nossos olhos; acendeu o sol com a sua luz de energia para regenerar a vida; soprou a brisa para acalentar a luz do sol. E a natureza respondeu produzindo alimentos.




E o homem criou Deus.

Um Deus que avança na ambição, que recolhe dinheiro em sacolas, que desmata, queima, aprisiona.

Um Deus que grita, estanca, polui, que mata.



Onde está o verdadeiro Deus?

O Deus que me deixa pegar frutas no cerrado, observar os pássaros da florestas, os animais nos pampas.
Comer jatobá, macaúba, mangaba, barú, ananais, pequi, araticum e gabiroba.

Saborear amoras colhidas na ribanceira, os veludos e azedinhas nos grotões da mantiqueira.



Eu quero o meu Deus de volta. Ele sim é capaz de transformar a sua propria criação para inverter o invertido, e fazer para mim um mundo mais divertido. Com pessoas que sorri, que conta história, que pula e se emociona.



Eu quero de volta o meu Deus...


Paulo Freitas/2010





segunda-feira, 25 de julho de 2011

FRATERNIDADE E A VIDA NO PLANETA

O equilíbrio mora na natureza. As plantas e os animais se harmonizam numa transferência de energia que faz a alegria do seu Criador.
O homem, criatura ambiciosa, buscando sem limites o poder, desafia o seu próprio Criador e entra em conflito com a criação.
Ronca a motosserra nas mãos do perverso homem. Um veio de dor decepa o cerne da frágil árvore ceifando-lhe uma vida centenária.
Com os braços abertos ela implora pelo planeta, mas o homem impiedoso a faz tombar para o fim.
Decepam-lhe os braços, as pernas o corpo, deixando-a sem respiração, sem chance, sem vida.
Atrás de si vai ficando um cenário triste, um cemitério de vidas verdes. Deitadas sobre o solo úmido que um dia estará seco e árido pela falta da cobertura vegetal.
Tratores e caminhões, os grandes  monstros que arrastam e engolem cada pedaço de vida  e em cada corte jorram seivas de lágrimas.
Pequenos animais correm alvoroçados ao se sentirem ameaçados pela clareira da mata e se embrenham numa fuga desesperada, deixando para trás os ninhos, os filhotes e o seu mundo.
Vão se as árvores, fica o desequilíbrio. A chuva fica escassa, o solo desertifica.
O homem vibra, a natureza chora. Chora toda a criação de Deus que geme em dores de parto, pelos descaminhos do mundo.
A árvore chora, o planeta implora, por mais fraternidade entre os homens, que são criaturas do mesmo Criador.
A árvore tomba, e o homem zomba e busca desenfreadamente uma porção a mais de poder, faz derreter as geleiras dos pólos, destrói as camadas de ozônio, envenena as águas e adoece  a terra.
O planeta geme as dores do parto. Um parto de alto risco. E o Pai  Criador, ao lado do leito da UTI, grita pela Fraternidade e a Vida no Planeta

Paulo Freitas
Julho 2011
Sociedade São Vicente de Paulo

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